segunda-feira, dezembro 27, 2004

VIDA de Pai-Natal

Filha da P...olícia (ai porque é que eu não posso dizer asneiras?...), tanto trabalho e tão pouco tempo! É assim todos os anos! Parece que quando prolongo um bocadito as férias, o trabalho duplica! Maldito Murphy e a sua lei... Realmente, mais universal que a matemática! Quando perco 2 meias, nunca são do mesmo par, quando está prestes a dar um programa na Rádio Natal FM que realmente me interessa é quando tenho de ir por um túnel e ficar sem rede, enfim...
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E agora, os putos parece que deixaram tudo para a última da hora e só começaram a mandar as cartas a partir de Outubro! Assim é díficil, como é que hei-de saber o que fazer antes, se ainda não recebi instruções? Tenho vindo a pedir aO Patrão uns meses mais extra de paragem, mas ele é obstinado como uma ovelha!! (oops, desculpa aí, chefe...). O tempo de paragem, grande cena... Acontece duas vezes por ano, uma no início de Dezembro, outra na madrugada de 24 para 25. Da primeira, O Patrãozinho pára o tempo para o mundo todo, dando-me oportunidade para viajar pelo mundo durante 4 meses, que correspondem a 4 segundos para o resto das pessoas. É durante este tempo que consigo entrar na pele dos pais esquecidos por esse mundo fora e fazer com que comprem as prendas para os miudos que se portaram bem. HHmmm... Ok, aqui entre nós, os que se portaram mauzito também recebem as prendas, mas não digam nada ok? Tenho instruções para não o fazer, mas não consigo resistir, eu sei que eles não fazem por mal, eles é que não gostam daquela sopa (e por isso não comem), ou daquela tia (por isso fazem birra quando têm de ir para sua casa)...
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Parece que não, mas isto demora um tempão, e o processo de transferência (quando entro nos seus espíritos) é bastante cansativo.
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Depois, na madrugada de 24 para 25, vocês ficariam surpreendidos com a quantidade de pais que não está para se maçar acordando a meio da noite e ir por as prendinhas debaixo da árvore! É aí que eu entro mais uma vez. Entro nos seus espíritos e faço com que acordem sem se dar conta, e lá vão por as prendinhas no sítio.
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E os que não têm paizinho ou maezinha? A essas faço-as sempre crer que é algum estranho, ou alguma associação que faz as prendas chegar até eles, não quero revelar totalmente a minha existência. Quero que tenham fé em mim, não certezas.
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No final, de volta a casa. Pelo caminho dou uma olhada... A verdade é que tenho pedido ao Patrão uma Mãe-Natal, mas ele não vai em cantigas. Tenho de me contentar com os anõezitos que andam lá dum lado pró outro a fingir que ajudam, mas são malta porreira.
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Como recompensa, tenho o sorriso que as crianças esboçam no dia a seguir. E assim é bom ser Pai-Natal...

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