terça-feira, maio 17, 2005

Contos de Um Viajante - Introdução

Dei tantas, tantas voltas ao mundo... Europa, Singapura, Tailândia, Américas, quase tudo, quase tudo... Portugal torna-se não num país, mas num destino constante que estamos sempre a adiar. "A VIDA é uma viagem", muita gente já o disse de certeza, mas li-o a primeira vez nas linhas de um poema de Mário F.O., meu poeta preferido...
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"Onde quer que estejamos,
Nós só estamos de passagem,
E então todos viajamos,
Sendo a VIDA uma viagem"
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Sábias palavras!... Apesar de escrever muito bem, e ser conhecido um pouco por todo o lado pelo que escrevi, a simplicidade de seus poemas foi algo que nunca consegui alcançar. Sim, escrever, o meu passaporte para passar 10 meses por ano a viajar e 2 meses apenas em Portugal. Tudo começou quando decidi escrever um romance passado na Índia. A minha editora não disse que não, o livro foi um sucesso um pouco por todo o lado (a segunda vez que uso este termo, pobre escritor) e assim começei a Saga, "As Viagens dum Perdido", cada livro, cada lugar.
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E em cada lugar, pessoas que conheço, pessoas que esqueço. Viajando aprendi que Portugal não é melhor nem pior que qualquer outro sítio. Pode se melhor para mim, mas quem, afinal, sou eu? Será a minha opinião mais importante que a dum Moçambicano, que diz-me seu país ser o melhor? E mesmo eu, apercebi-me que fronteiras, muitas vezes não passam disso mesmo, dum nome, uma linha usada para decidir onde acaba e começa algo que há 1000 anos não existia. As pessoas são pessoas, antes de serem Portuguesas, Espanholas, ou Finlandesas. Além de óbvias e normais diferenças culturais, haverá sempre boas e más pessoas em todo o lado.
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A VIDA é uma viagem, sim senhor, mas porquê viajar sozinho? Estou sempre acompanhado... Amigos de circunstância, gajas fáceis que aparecem em noites loucas, gajas difíceis que aparecem em noites divinais... Contudo, no dia a seguir, no momento em que vou para outro sítio, é como se tudo não tivesse passado de um sonho, geralmente bom, mas por vezes mau, quando foi bom demais... Mas ficar?... Porquê ficar, se a beleza de tudo o que se passou era o fim já anunciado?...

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