(Des)ilusao - Parte II
Por vezes tentava-lhe fazer ciumes, falava muito sobre determinado rapaz, ou fazia comentarios que poderiam ser suspeitos, mas ele parecia nao ligar nenhuma! Eu tinha duas opcoes: ou estranhar esta falta de interesse, ou ver isso como uma prova da sua confianca incondicional. Claro que a minha visao toldada pelo amor so me permitiu contemplar esta segunda hipotese.
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Assim o tempo foi passando, e eu ia alternando a minha disposicao entre momentos de extrema alegria e extrema apatia. Chegava a pensar ser uma paranoica, porque por vezes quando passava pelo grupo de amigos do Joao, sentia que olhavam para mim e se riam, e que mesmo ele dizia coisas sobre mim. Claro que nao era verdade, eu eh que era uma tonta...
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Contudo, com o passar dos tempos esta ideia comecou a apoderar-se de mim. Estava sempre a pensar naquilo, estava sempre a ver os rostos dos seus amigos a rir-se de mim, estava sempre a imaginar o Joao a falar aos amigos de como eu era na cama, das parvoices que dizia. Quando lhe falava disso ele dizia que eu era parva e que ele nao merecia que eu pensasse isso. Eu apercebia-me da minha estupidez e esquecia por uns dias...
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Normal, oral, anal, tudo exploravamos, queria fazer tudo para o agradar. Nao era falsa, sabia que tambem a mim me agradava, mas mesmo coisas como deixa-lo fazer o que queria de mim, ter orgasmo onde quisesse, dar-lhe 20 minutos de oral, nao eram propriamente o que eu mais apreciava e mesmo assim eu fazia, sem pensar duas vezes, porque... simplesmente porque o amava...
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Comecei a aperceber-me da mudanca de atitude radical numa Segunda-Feira. Dum dia para o outro, deixou de me ligar, de estar comigo, dizia que queria espaco, e eu sentia-o desaparecer. Comecei a ver as pessoas olhar de lado para mim na escola, em algumas ruas. Sentia que falavam de mim. As minhas amigas arranjavam desculpas para nao estar comigo, fui perdendo tudo, dias apos dia. Nao compreendia o que se estava a passar, ate que um dia o professor de Portugues vem falar comigo. Havia tocado para fora e eu arrumava a mochila quando se aprozimou de mim...
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- Joana, importas-te que eu tenha uma palavra contigo? [continua]
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